por Koanna K. Pontes
Foto: Carlos Kamara
O romance entre o governador de Pernambuco durante
o Brasil holandês e uma cortesã no cais do porto do Recife é pano de fundo para
narrar os amores impossíveis da boemia do século XVII. Ana de Ferro, Rainha dos Tanoeiros do
Recife volta a se apresentar no teatro Marco
Camarotti/SESC de Santo Amaro nos dias 28 e 29 de abril, sábado e domingo, às
20h.
Inspirada no poema de Vital Correia Araújo e em
pesquisas do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, a
carioca Miriam Halfim criou um texto histórico com lampejos de ficção
apresentando personagens reais em situações possíveis de terem acontecido.
A encenação do pernambucano Emanuel David D’ Lúcard
busca criar uma ponte entre os séculos XVII e XXI, elencando perspectivas sobre
gênero, religião e racismo. Disposto numa forma de passarela, a direção insere
o público na cena na busca de uma reflexão social. Separando homens e mulheres
para conseguir tal feito.
O espetáculo traz em seu corpo imagético elementos
cênicos de época; figurinos, cenários e adereços construídos com materiais,
texturas e composições contemporâneas. Assim também segue o trabalho dos atores
que mesclam com momentos realistas e simbólicos numa dinâmica de graphic novel.
Desde sua chegada em Recife, Ana de Ferro causa
alvoroço nas normas da colônia, quando vem da Europa travestida de homem. Na
capital pernambucana compra Zambi, um escravo, mas logo o declara amigo. Forma
parceria com outra cortesã, Maria Cabelo de Fogo, e abre um dos bordéis mais
frequentados na Rua dos Tanoeiros. Por um ato de racismo, ente Zambi e o mestre
do presídio, Maurício de Nassau vive uma apaixonante e breve história de amor
com Ana. Já Maria tem que reviver os tormentos do passado num reencontro
doloroso, enquanto ecos de Palmares convidam Zambi para o quilombo.
A peça conta com uma trilha sonora
contemporânea que traz releituras de músicas que vão desde Edith Piaf a
Reginaldo Rossi, passando por obras como Hallelujah e Assum Preto.
“É um espetáculo que trata de amores impossíveis,
que busca desconstruir o estereótipo dos que vivem nas margens sociais, expondo
a humanidade latente por meio dos sentimentos mais profundos. É um espetáculo
que propões reflexões de períodos tão distantes, mas que passam pelos mesmos
paradigmas sociais.” Pontua D’Lúcard sobre a encenação.
FICHA TÉCNICA
Realização: Grupo
Teatral Risadinha
Texto: Miriam
Halfim
Poema: Vital
Correia Araújo
Encenação e Identidade
Visual: Emanuel
David D’ Lúcard
Produtora Executiva: Patrícia
Assunção
Assistente de Produção: Geraldo
Cosmo
Direção de Arte e
Confecção de Figurino e Adereços: Francis de Souza
Web Designer e
Administração do Projeto: Hypolito Patzdorf Lucena
Direção Musical: Samuel
Lira
Coreografia: Anderson
Henry
Designer de Luz: João
Paulo
Operador de Som: Josinaldo
Alves
Operador de Luz: João
Paulo
Plano e Execução de
Maquiagem: Cláudia Alves
Criação de Cenário: Marcelo
Bonfim
Divulgação: Pedro
Dias
Consultora Histórica: Suzana
Veiga
Fotografia e Filmagem: Carlos
Kamara/Ambar Produtora
Elaboração do Projeto: Lúcio
Fábio
Interprete de Libras: Leonardo
Ramos
Comunicação Móvel/Carro
de Som: Coelho
Publicidade
Locução: Gaby
Lapenda
Serviços Gráficos: Clã
de Comunicadores
Contrarregra: Edson
Rodrigues
Elenco: Cláudia
Alves, Euclides Farias, Geraldo Cosmo, João Arthur, João Neto, Patrícia
Assunção, Pedro Dias e Telma Ratta
Serviço
Ana de
Ferro, Rainha dos Tanoeiros do Recife
Teatro Marco Camarotti/SESC de Santo Amaro
28 e 29.04 - 20h
Classificação: 14 anos
Duração: 80
min
Ingressos: R$
40,00/ R$ 20,00 (meia)
Informações: 81 – 3216.1728/
9.9536.4746/ 9.8705.1571/ 9.9646.7828
Nenhum comentário:
Postar um comentário