sábado, 16 de junho de 2018

VIRADA CULTURAL DO TEATRO DO PARQUE PROMOVE GRANDE ARRAIAL, SE FORTALECE COM O EVENTO SEMANAL SEGUNDAS NO PARQUE E EXIGE CONSOLIDAÇÃO DE PRAZO DA OBRA DA REFORMA DO EQUIPAMENTO CULTURAL

por Daniela Câmara
Imagens: divulgação

A Virada Cultural do Teatro do Parque nasceu no ano de 2017 no intuito de trazer de volta o equipamento público, fechado desde 2010, aos artistas, produtores e à população da Cidade do Recife, carentes de equipamentos culturais que atendam principalmente às necessidades da produção cultural do Recife e contribua para a divulgação e difusão da cultura pernambucana e brasileira, tanto no âmbito da geração de emprego e renda para artistas e produtores culturais, quanto na promoção da acessibilidade às linguagens artísticas, tão fundamentais para a formação do senso crítico do cidadão. A Virada Cultural do Teatro do Parque é um movimento político, alinhado a outros coletivos e entidades, que já estão consolidados nesse campo de luta e resistência, onde através de audiência pública realizada em 24 de agosto de 2017, foi formalizada uma comissão representativa para acompanhamento das obras de recuperação, ampliação e restauro do teatro do Parque, bem como a reimplementação do teatro junto à administração pública municipal. A comissão oficial é composta pelo SATED – PE, Movimento Virada Cultural do Teatro do Parque, Movimento Cine Rua PE, Movimento Guerrilha Cultural, Conselho Municipal de Política Cultural, Conselho Estadual de Política Cultural e Gabinete do Vereador Ivan Moraes.

Em decisão conjunta, todas as atividades promovidas pelo Movimento Virada Cultural do Teatro do Parque não vão parar de acontecer até que o teatro seja entregue à cidade do Recife. Mesmo com a assinatura da ordem de serviço que ocorreu no dia 02/05 através da Prefeitura do Recife, os artistas manterão os eventos que já vêm obtendo sucesso de público, todas as segundas-feiras na calçada do teatro, intitulado de Segundas no Parque, sempre às 17h. Os encontros semanais unem discussões sobre políticas públicas e culturais, apresentações de saraus, música, teatro, performances, entre outras linguagens, além de brechós, exposições e vendas de produtos culturais.

Neste sábado, 16 de junho, a partir das 18h, acontecerá o Arraial da Virada Cultural, que trará uma festa típica original, fazendo um resgate da quadrilha tradicional, intitulada Quadrilha dos Artistas, que será embalada ao som do quarteto de forró Vôte o Que é Isso. Além da quadrilha, haverá atrações musicais, que se apresentarão no Som na Rural, a exemplo do Forró Coletivo Só Luiz, o brincante pernambucano Helder Vasconcelos, ex-integrante da banda Mestre Ambrósio, a cantora Isaar, além da Barraca de Beijo, que será conduzida pelas palhaças do grupo Violetas da Aurora. O arraial também terá brincadeiras juninas e vendas de comidas típicas, o Brechó de Atriz, as flores confeccionadas pela artista plástica e poetisa Ana Rosa e os produtos da Virada. Bottons, camisetas e canetas. O Arraial do Parque será apresentado pelos atores Daniela Câmara e Paulo de Pontes, que mora em São Paulo, mas que está aqui no Recife tocando novos projetos e juntou-se à causa do Teatro do Parque. Essas ações têm como objetivo mostrar que os artistas da cidade estão acompanhando de perto, as obras previstas de construção civil e de tudo o que diz respeito ao teatro.

Além disso, os artistas envolvidos têm como objetivo, não só abordar a questão do Teatro do Parque, mas chamar a atenção para a Rua do Hospício e todo o entorno do teatro, que está abandonado desde o seu fechamento.  A classe artística entende que as atividades culturais devem se sobrepor aos muros do equipamento. Sendo assim chamam a atenção para os problemas sérios que ocorrem diariamente na área, a exemplo do lixo acumulado, o uso abusivo de drogas, violência e mortes em plena Praça Maciel Pinheiro, advindos do consumo excessivo e do tráfico de crack e outras drogas, além da prostituição naquele entorno, o que é até uma vergonha para o turismo local, uma vez que a Praça Maciel Pinheiro está defronte a casa onde morou a escritora Clarice Lispector.

O dinheiro arrecadado nas atividades promovidas pelo Coletivo Virada Cultural, a exemplo da festa junina Arraial do Parque, será revertido para a pré-produção da II Virada Cultural do Teatro do Parque, que acontecerá em agosto desse ano, mês de aniversário do Teatro do Parque. Durante a festa do Arraial do Parque, além das atrações, haverá vendas das camisas da Virada Cultural e do movimento #ArtistaProfissionalSim, constituído pela necessidade de garantirmos o a manutenção do registro profissional de artistas e técnicos em espetáculos, que aconteceu em 1978, há 40 anos, através da luta da classe artística, contra o fim de itens que asseguram a profissionalização para a obtenção do DRT, junto ao Ministério do Trabalho. Essa luta nacional surgiu quando a Ministra Carmen Lúcia resolveu colocar para aprovação, a ADPF 293, que trata da questão do fim da regulamentação da profissionalização para a carreira de atores e técnicos em espetáculos no Brasil.

A classe trabalhadora artística local está focada nessa questão da volta do teatro, e, não só dele, mas do resgate da cultura como um todo, que sofre um desmonte em âmbito Nacional. Um dos aspectos observados depois da assinatura da ordem de serviço do restauro do teatro, foi a placa da reforma, fixada na fachada do equipamento público. Nela não consta o valor da obra, a empresa responsável, bem como os nomes dos profissionais envolvidos no processo de recuperação do Teatro do Parque, obrigatórios por lei, o que conota falta de respeito à classe e de transparência com a sociedade civil, além da falta de seriedade de uma gestão que não está preocupada com os valores culturais de um povo, tão pouco seus equipamentos, muitos deles sucateados.

O Movimento Virada Cultural do Teatro do Parque é apenas um braço da grande organização que vem sendo erguida entre os artistas pernambucanos, que estão unidos em grupos de discussão e ações políticas como o Batendo Texto na Coxia e Artista Profissional Sim. Ao contrário do que as gestões querem mostrar com suas omissões, inclusive com a intenção de dar pouca importância aos atos artísticos, os movimentos crescem, abraçam bem as causas e marcam presença em plenárias, reuniões e atos, consolidando a categoria em busca dos direitos adquiridos anteriormente, dizendo não aos constantes golpes que vêm sofrendo, advindos das gestões atuais.

Serviço
ARRAIAL DO PARQUE
QUANDO: Dia 16/06 (Sábado)
HORA: A partir das 18h.
ONDE: Rua do Hospício, em frente ao Teatro do Parque

SEGUNDAS NO PARQUE
QUANDO: Todas as segundas-feiras
HORA: A partir das 17h.
ONDE: Rua do Hospício, em frente ao Teatro do Parque

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